sábado, 14 de agosto de 2021

 Tenho 55 anos bem vividos, estudei, me graduei e por aí vai, minha vida como estudante foi marcada por uma mescla de inclinação para os estudos e para vagabundagem também, coisa que foi severamente reprimida pela minha rigorosa avó que não deixava barato, metia a porrada mesmo e ponto final. Mas sim, estudei em colégio de "governo", como se chamava antigamente as escolas públicas, naqueles tempos, escola particular somente para os muito abastados ou aqueles sortudos que conseguiam uma bolsa de estudos, como foi meu caso ao sair da Colégio Pinto Marques e ia para o Colégio Santa Maria de Belém, até então colégio particular. O Santa Maria deixou em mim marcas indeléveis, começando pelas amizades que guardo até os dias de hoje como é o caso do querido e dileto amigo Junior Rendeiro e o não menos queridíssimo Issac Serruya que para nossa infelicidade nos deixou, ambos juntamente comigo fazíamos uma tríade inseparável nos idos nos 80. Depois do Santa Maria fui para o colégio Moderno, também como bolsista, lá estudei até entrar na universidade, foram anos muito interessantes em que também não só o conhecimento foi absorvido, mas também a forma de ver a vida com outros olhos. Concomitantemente ao Colégio Moderno, isso estudei em vários colégios ao mesmo tempo, estudei no Colégio Olimpus, que pra mim foi o melhor colégio que já estudei em minha vida em relação a vários aspectos, e também o Ideal em que atuava como "ouvinte", mais especificamente em relação aos cursos de física e matemática, pois nesse período tinha pretensões direcionadas a área de ciência exatas, queria ser militar da Marinha ou da Aeronáutica, mais especificamente do ITA, Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que diga-se, uma das prova de admissão mais difíceis que fiz na minha vida e, por obvio, não passei, na verdade quando olhei a prova cheguei a conclusão que ali o cara tinha que ser realmente um ungido por Deus no quesito inteligência. Depois dessa experiência, fiz CIABA, Engenharia Elétrica e percebi que aquilo não era minha praia, razão pela qual mudei para direito e me tornei advogado, profissão que atuo até os dias de hoje. Em que pese toda essa retrospectiva sobre a minha vida estudantil, na verdade essa postagem é para falar que realmente nem tudo se aprende na escola. Hoje analiso que ali é apenas uma porta para você avançar no conhecimento em busca de sua evolução que se processará com a leitura, isso, ler é o caminho da libertação das correntes da ignorância. Entre as milhares de obras literárias que já li até hoje, nenhuma é tão importante quanto a obra de Laurentino Gomes intitulada "Escravidão". Nela várias falácias que nos são enfiadas na cabeça são colocadas no chão e trucidadas com a verdade que nos deveríamos ser ensinados, sem contar que o livro é uma verdadeira aula de história em que se explica de forma simples e direta o que ocorreu. Especial destaque para o capitulo que trata sobre o termino da dinastia Aviz, com a morte de D. Henrique, irmão de Dom João IIl, avô de Dom Sebastião, "O Desejado", o efetivamente último rei da dinastia Aviz antes de Portugal ser governada por um rei espanhol chamado Felipe I de Portugal (Felipe II da Espanha), o livro faz você entender o que foi a tal União Ibérica e o fenômeno chamado de "Sebastianismo". Então é isso, apesar de minha vida ter sido sempre voltada para o estudo, hoje posso lhes dizer que a pós ler esse livro cheguei a conclusão de que quanto mais eu leio, mas eu me conscientizo que não sei de nada. Uma bela sexta-feira para todos e vamos ler.




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