domingo, 10 de outubro de 2021

 Por trás da perseguição dos judeus pela Alemanha na Segunda Guerra, o paranoico e homicida Hitler utilizava como justificativa uma pseudociência denominada de eugenia. Hitler pretendia declarar guerra contra a humanidade, não só com a finalidade de conquistar territórios, mas acima de tudo queria uma verdadeira “guerra biologia” que ao fim e ao cabo iria exterminar, ou melhor, como ele mesmo dizia “purificar” geneticamente o mundo. Sabe-se que Hitler teve um grande aliado na perseguição aos judeus, assim como Henry Ford, um antissemita de carteirinha que inclusive escreveu um livro colocando para fora toda sua virulência racial, outras indústrias e instituições norte americanas contribuíram massivamente para esse fim, ou seja, “purificar” a raça através de uma seleção genética. Mas como começou isso ? De onde surgiu essa ideia ou pseudociência chamada de eugenia ? Em 1863 um inglês chamado Francis Galton, primo de Charles Darwin, desenvolveu uma tese no sentido de que se uma pessoa dotada de talento se casa com outra também dotada de talento, o produto dessa união resultaria em uma pessoa com o talento em dobro. Claro que isso é uma aberração, porém os americanos não pensavam dessa forma, os eugenistas americanos acreditavam que, assim como o talento, os desvios de conduta de um indivíduos eram transmitidos de geração em geração, ou seja, pobreza, prostituição, alcoolismo, criminalidade e etc., eram condições biológicas do indivíduos. Um louco entendimento que você era pobre porque biologicamente você deveria ser pobre e etc. Com essa ideia maluca os eugenistas americanos pretendiam exterminar com os negros, indígenas, hispânicos, europeus orientais, judeus, caipiras, pobres, enfermos ou qualquer que estivesse fora da linha genética considerada como nobre. Para eles, os americanos, a solução era esterilizar todos que estivessem fora dos padrões admitidos, desencadeando com isso, a eliminação da linhagem dos indivíduos que estivesse enquadrado nos grupos acima mencionados. Muita loucura foi iniciada com essa tese, para se ter uma ideia, uma instituição de Lincoln, em Illinois, alimentava seus pacientes com leite de vaca com tuberculose, sob a justificativa de que um indivíduo eugenicamente forte estaria imune a qualquer doença. Em 1915 um médico de Chicago, carinhosamente apelidado de “A Cegonha Negra”, tinha como pratica o assassinato de bebês defeituosos, coisa que era tão aberta e consentida que chegou-se a fazer filmes em Hollywood sobre o assunto. Em outra localidade, meninas consideradas com “forte inclinação sexual”, assim como mulheres que tinham seus clitores ou lábios vaginais anormalmente grandes, eram submetidas a esterilização. Como se não bastasse, a legislação americana, em alguns estados, proibia o casamento entre etnias, assim como era pregada de forma habitual a segregação de pessoas doentes. Um médico oftalmologista chamado Lucien Howe, eugenista de carteirinha, tinha o habito de ofertar a seus pacientes com problemas nos olhos a opção de serem isolados em campos ou esterilizados, tudo para que a enfermidade não fosse perpetuada através de seus descendentes. Por outro lado, nem mesmo a Suprema Corte dos Estados Unidos escapou da onda eugênica. Em 1927 fora prolatada uma sentença em que o Juiz da Suprema Corte Oliver Wendell Holmes autorizou ao governo o direito de esterilizar e acabar com a linhagem sanguínea de pessoas que “não serviam”, decisão essa que teve como sua primeira vítima um morador do estado Virginia, Carrie Buck que, juntamente com sua mãe e filha, foram esterilizados. Tudo isso fora devidamente patrocinado pelas elites norte americanas, com a finalidade de instaurar uma guerra genética expurgando da sociedade pessoas que, segundo seu entendimento, não serviam para nada. Foi a partir dessas ideias que Hitler encontrou todo o substrato para sua odiosa tese da raça pura e do extermínio dos judeus e demais etnias. Muita gente nem imagina, mas aqui no Brasil tal pseudociência fora defendida por ilustres personagem como foi o caso do médico Miguel Couto e Renato Kehl, considerado o pai da eugenia no Brasil. Entre os escritores que defendiam eugenia podemos citar Monteiro Lobato, o qual escreveu em 1926 um livro baseado nas ideias de eugenia “O Presidente Negro – O Choque das Raças” que falava de um homem negro que assumiria a Casa Branca no ano de 2228 e uniria todos os brancos dos Estados Unidos a ponto de esterilizar e exterminar os negros de seu país.

















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 Falando nos Guinle, indico aos amigos o livro escrito por um de seus mais ilustres representantes, Jorge Guinle, o homem que gastou somente 100 milhões de dólares com festas, viagens e mulheres. Jorginho como era afetuosamente chamado por mais próximos, viveu sem nunca ter trabalhados, seus últimos dias viveu de favor no Copacabana Palace, nos deixando em 2004. Jorginho foi um dos brasileiros mais ilustre entre as grandes artistas de Hollywood, tendo se relacionado com várias artistas, entre as quais a antológica Marilyn Monroe e outras mais. Entre suas celebres frase duas que são lembradas por todos que o conhecia: Nenhum playboy de hoje pode ser meu sucessor. Todos têm um grave defeito: eles trabalham” e concluía que: “O segredo do bem viver é morrer sem um centavo no bolso. Mas errei o cálculo e o dinheiro acabou antes da hora". Será que esse carinha não tem história para contar ?




 "Em Conexão Nazista, Edwin Black, revela uma história explosiva, que detalha a conexão corporativa americana que deu à Alemanha de Hitler o instrumental necessário para que o Holocausto saísse da teoria para a prática, o que contribuiu muito para conquistar a Europa, aumentando ainda mais seu poder bélico e sua tecnologia. Black mostra como: - A IBM facilitou a identificação e a destruição acelerada dos judeus; - A General Motors motorizou as forças armadas alemãs, que deu aos nazistas o poder de conquistar grande parte da Europa Ocidental por meio da sua tática da Blitzkrieg, a guerra-relâmpago, e os auxiliou na captura dos judeus em todos os lugares; - A Ford Motors Company inspirou a política de cunho antissemita do regime nazista; - A Fundação Rockefeller financiou a ciência mortal da eugenia e o programa que enviou Mengele a Auschwitz para fazer experiências médicas usando os judeus como cobaias humanas; - O Instituto Carnegie ajudou na proliferação do conceito de ciência racial, leis raciais e ajudou na criação da própria fórmula matemática utilizada para marcar os judeus para sua destruição sistemática que culminou no Holocausto. Uma obra para todas as pessoas interessadas em desvendar os crimes por trás do ditador que deu origem ao pior e mais extremista regime político de todos os tempos: o nazismo, e seu antissemitismo racista." Edwin Black é o mesmo autor do livro que fala sobre o envolvimento da IBM no genocídio dos judeus.






 Lendo o livro do Jim Marrs, conhecido escritor norte americano que se notabilizou por suas controvertidas investigações sobre teorias conspiratórias, defrontei-me com um personagem que já tinha ouvido falar superficialmente, mas nunca tinha atentado cuidadosamente para sua vida. Um personagem emblemático em nossa história universal, um homem que segundo as especulações era um imortal, isso mesmo, literalmente um imortal, surgindo e a reaparecendo do nada entre o século 18 e o século 20. Nascido na Transilvânia em 1696, se notabilizou por seus atributos artísticos e intelectuais, era místico, alquimista, ourives, lapidador de diamantes, cortesão, aventureiro, cientista, músico e compositor, por outro lado, fora considerado um dos homens mais prodigiosos daqueles tempos, chegando a ser admirado por Jean-Jacques Rousseau e segundo Voltaire "é um homem que sabe tudo". Com uma origem altamente discutível, Saint-Germain era considerado por muitos como um imortal, possuidor da capacidade de se manter jovem ao longo da eternidade. Em certo momento, se jactou de sua amizade pessoal com o Rei Ricardo Coração de Leão, Rei Ricardo I da Inglaterra que viveu entre 1157 e 1199, sendo que ao ver sua plateia espantada com sua assertiva, pediu ao seu servo que confirmasse sua relação com o monarca, quando o aquele respondeu: "O senhor se esquece de que eu estou a seu serviço há apenas quinhentos anos". Verdade ou mentira, Saint-Gemain até hoje é conhecido como uma das personalidades mais inigmática de todos os tempos, envolvida em vários eventos políticos ao longo da história, como a queda de Pedro III da Russia e a ascensão de Catarina a Grande. Por fim, Saint-Germain, como se não bastasse, estava envolvido até a medula em muitas sociedades secretas, tais como a maçonaria, sociedade Rosa Cruz, Iluminati, Sociedade Teosófica e muita outras, segundo essas mesmas sociedades Saint Germain teria reencarnado várias vezes, anteriormente, sob a pele de figuras históricas como o Profeta Samuel, Santo Albano, o filósofo grego Proclo, José, pai de Jesus, o mago Merlin, o frade alquimista Roger Bacon, o fundador do Rosacrucianismo Christian Rosenkreuz, o navegador Cristóvão Colombo, o fundador do espiritismo Allan Kardec[carece de fontes], o político inglês Francis Bacon, tendo sido nesta encarnação o verdadeiro autor das obras atribuídas ao dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare. Resolvi compartilhar com vocês essa história, pois achei-a muito interessante e, por certo, ira aguçar a curiosidade dos amigos sobre esse inusitado personagem de nossa história.




sexta-feira, 10 de setembro de 2021

 Lendo um livro chamado "Lutas, Jogos e Debates", de Anatol Rapoport, cheguei a conclusão que não entendo nada de nada. Em determinada passagem do livro, o autor acima mencionado faz uma citação de um sujeito chamado Frank Marshal o qual dizia o seguinte: "Se isto é assim, então ocorrerá aquilo, a menos que haja isto outro, e nesse caso ocorrerá aquilo outro...Mas, por outro lado, se isto for assim ou assado, dar-se-á aquilo, o que leva aquilo outro..." (pág. 10). Parece doideira, mas não é, pois o carinha ai estava estudando um tabuleiro de xadrez, visualizando em sua mente todas as probabilidade de uma jogada, que mal jogada, pode ser mortal. Como não me meto a jogar xadrez, até porque não jogo jogo algum, torna-se difícil entender como funciona a cabeça desses jogadores profissionais. Na política as coisas não são diferentes. Muitas vezes nos deparamos com bravatas, com políticos que falam muito, agem igual a um Robespiere, mas que ao fim e ao cabo acabam como Maria Antonieta, perdendo a cabeça no fio da lamina. Pois bem, a referência não é inoportuna, em se tratando de jogo político, pois aula mais honorável não existe que a de D. João VI, príncipe regente da coroa portuguesa. Muitos o adjetivam como covarde, um fujão que se borrava nas calças só de ouvir falar no tal do Napoleão, porém sua retirada estratégica, consciente ou inconsciente, fez com que o seu pescoço e sua coroa ficasse no devido lugar. O próprio Napoleão disse que foi enganado pelo comedor de coxas de galinha. Como se vê, a estratégia é a alma da política, sendo que, para os reles mortais como eu, muitas coisas são incompreensíveis, pelo que apostar em algo que não se conhece é uma aposta fadada ao insucesso. A bem da verdade, não se deve deixar de cogitar, que muitas vezes os contendores dormem na mesma cama, desfrutam da mesma mesa e combatem somente quando o pano de boca é aberto. Ao fim e ao cabo são apenas atores que fingem serem inimigos para a história ter um enredo mais palatável, pois se não tiver treta o publico fica chateado. Não duvide nada se amanhã esses mesmos contendores estiverem tomando um choppinho na mesma mesa relembrando o quanto é burro o respeitável público. Por essas e outras, doravante quedar-me-ei ao silêncio sepulcral esperando que a farsa seja descortinada e a verdade venha a toda. Feliz sexta-feira para todos.




sábado, 14 de agosto de 2021

 Tenho 55 anos bem vividos, estudei, me graduei e por aí vai, minha vida como estudante foi marcada por uma mescla de inclinação para os estudos e para vagabundagem também, coisa que foi severamente reprimida pela minha rigorosa avó que não deixava barato, metia a porrada mesmo e ponto final. Mas sim, estudei em colégio de "governo", como se chamava antigamente as escolas públicas, naqueles tempos, escola particular somente para os muito abastados ou aqueles sortudos que conseguiam uma bolsa de estudos, como foi meu caso ao sair da Colégio Pinto Marques e ia para o Colégio Santa Maria de Belém, até então colégio particular. O Santa Maria deixou em mim marcas indeléveis, começando pelas amizades que guardo até os dias de hoje como é o caso do querido e dileto amigo Junior Rendeiro e o não menos queridíssimo Issac Serruya que para nossa infelicidade nos deixou, ambos juntamente comigo fazíamos uma tríade inseparável nos idos nos 80. Depois do Santa Maria fui para o colégio Moderno, também como bolsista, lá estudei até entrar na universidade, foram anos muito interessantes em que também não só o conhecimento foi absorvido, mas também a forma de ver a vida com outros olhos. Concomitantemente ao Colégio Moderno, isso estudei em vários colégios ao mesmo tempo, estudei no Colégio Olimpus, que pra mim foi o melhor colégio que já estudei em minha vida em relação a vários aspectos, e também o Ideal em que atuava como "ouvinte", mais especificamente em relação aos cursos de física e matemática, pois nesse período tinha pretensões direcionadas a área de ciência exatas, queria ser militar da Marinha ou da Aeronáutica, mais especificamente do ITA, Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que diga-se, uma das prova de admissão mais difíceis que fiz na minha vida e, por obvio, não passei, na verdade quando olhei a prova cheguei a conclusão que ali o cara tinha que ser realmente um ungido por Deus no quesito inteligência. Depois dessa experiência, fiz CIABA, Engenharia Elétrica e percebi que aquilo não era minha praia, razão pela qual mudei para direito e me tornei advogado, profissão que atuo até os dias de hoje. Em que pese toda essa retrospectiva sobre a minha vida estudantil, na verdade essa postagem é para falar que realmente nem tudo se aprende na escola. Hoje analiso que ali é apenas uma porta para você avançar no conhecimento em busca de sua evolução que se processará com a leitura, isso, ler é o caminho da libertação das correntes da ignorância. Entre as milhares de obras literárias que já li até hoje, nenhuma é tão importante quanto a obra de Laurentino Gomes intitulada "Escravidão". Nela várias falácias que nos são enfiadas na cabeça são colocadas no chão e trucidadas com a verdade que nos deveríamos ser ensinados, sem contar que o livro é uma verdadeira aula de história em que se explica de forma simples e direta o que ocorreu. Especial destaque para o capitulo que trata sobre o termino da dinastia Aviz, com a morte de D. Henrique, irmão de Dom João IIl, avô de Dom Sebastião, "O Desejado", o efetivamente último rei da dinastia Aviz antes de Portugal ser governada por um rei espanhol chamado Felipe I de Portugal (Felipe II da Espanha), o livro faz você entender o que foi a tal União Ibérica e o fenômeno chamado de "Sebastianismo". Então é isso, apesar de minha vida ter sido sempre voltada para o estudo, hoje posso lhes dizer que a pós ler esse livro cheguei a conclusão de que quanto mais eu leio, mas eu me conscientizo que não sei de nada. Uma bela sexta-feira para todos e vamos ler.




 Falando um pouco de um personagem muito interessante da nossa história, Dom Sebastião, "O Desejado", era assim alcunhado por ser o último suspiro de existência da dinastia Aviz. Seu avô, Dom João III, perderá todos os filhos e Dom Sebastião, seu neto, era a última esperança da manutenção dessa dinastia, por isso era chamado de "O Desejado". Dom Sebastião virou rei de Portugal quando tinha apenas três anos de idade, passando a coroa ser regida por sua avó Catarina de Áustria e seu tio avô o cardeal Dom Henrique de Portugal. Dom Sebastião cresceu sobre a influência de uma coisa chamada de Companhia de Jesus e suas guerras de conquista. Tinha aversão as mulheres ao ponto de se recursar a ficar em companhia de qualquer uma, era mesmo aficionado por guerras, passava o dia a e noite pensando em matar os mouros. Aos 24 anos em 4 de agosto de 1578, foi trucidado na batalha de Alcácer Quibir no Marrocos. Dom Sebastião foi tão fustigado, que seu corpo sequer seria encontrado. Em razão de seu corpo não ter sido encontrado, sua morte não foi reconhecida por muitos que defendiam que o mesmo estava vivo e que surgiria algum dia, o que originou o fenômeno chamado "Sebastianismo". Com a morte de D. Sebastião, que não possuía herdeiro, fez com que a coroa de Portugal fosse parar na cabeça de seu tio-avô, o cardeal D. Henrique, e a morte deste último, em 1580, viria a ter como consequência a entrega do trono de Portugal a Filipe II de Espanha, que era neto materno do rei D. Manuel I de Portugal (bisavô de D. Sebastião), dando origem ao que viria se chamar de União Ibérica.




 Tudo muito as claras, despudoradamente as claras, sem rodeios ou vontade de esconder o que se quer, hoje, Franz Kafka e George Orwel deram suas reviradas nos seus caixões, pois jamais pensariam que aquilo que eles escreveram respectivamente em 1925 e 1949 seria uma realidade. Isso estamos vivendo duas distopias iguais aquelas contadas nas obras de ficção batizadas de "O Processo" e "1984". Para quem não leu ambas, a primeira conta a estória do personagem Josef K, o qual é vitima de um sistema judiciário despótico. Josef K é processado sem saber o motivo, sendo perseguido sem saber as causas reais de sua perseguição. Kafka retrata o autoritarismo da Justiça que se vê com o poder nas mãos para condenar alguém, sem lhe oferecer meios de defesa, ou ao menos conhecimento das razões da punição. Uma fantasmagórica obra que deixa-nos reflexivos sobre a concentração de poder nas mãos de uma única pessoa ou grupo de pessoas que fazem o que bem entende, sem qualquer justificativa amparada pela lei. Parece mentira, mas uma realidade que se passam perante os nossos olhos nos dias atuais. De outra banda, George Orwel faz o arremate para nos deixar mais assustados ainda, com medo de que aquilo que ele escreve possa se tornar realidade. Em 1984, o pobre coitado do personagem chamado Winston Smith trabalhada para um coisa chamada de "Ministério da Verdade", lá, Smith tem como incumbência analisar tudo que é escrito e aplicar a censura que o Partido Externo estabelece para fazer um revisionismo na história. Foi nessa obra que surgiram os conceitos, como Grande Irmão, duplipensar, crime de pensamento, novilíngua, buraco da memória, Quarto 101, teletela e 2 + 2 = 5, popularizando o adjetivo orwelliano, que descreve o engano oficial, a vigilância secreta e a manipulação da história registrada por um Estado totalitário ou autoritário. Tudo parece ficção, mas, nos tempos atuais, a ficção kafkiana e orwelliana já começa a se comportar como uma realidade, começa a romper as muralhas da ficção para se tornar um monstro que certamente irá devorar a nossa sociedade. Todo cuidado é pouco, é o aviso que nossos saudosos autores deixaram para a humanidade.




quarta-feira, 16 de junho de 2021

 Segundo o New York Times, nos EUA morreram de Covid-19 600 mil pessoas, com 33,5 milhões de contaminados. No Brasil, até agora, nas últimas 19 horas, foram 491 mil óbitos, com 17,5 milhões de contaminados, na Índia 380 mil morte, com 29,6 milhões de contaminados e na China, pasmem, 4.636 morte e 91.492 casos. Tais dados demonstram acima de tudo algo muito estranho em relação ao número de contaminados no mundo e no país que se originou o vírus. Até 9 de junho, o vírus havia infectado mais de 174 milhões de pessoas, ocasionando cerca de 3,75 milhões de mortes em todo o mundo. Depois que muitos terem falado que seria uma teoria conspiratória a alegação de que o vírus era artificial, ou seja, criado em laboratório, surgiram várias informações de que efetivamente existiam indícios de que o vírus teria sido criando artificialmente, sendo que o então Dr. Fauci relatou ao PolitiFact tal possibilidade. O Wall Street Journal jogou gasolina na fogueira divulgando que três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan adoeceram em novembro de 2019., mesmo período em que grande parte dos virologistas alegam que o vírus começou a se disseminar. No programa de notícia exibido no youtube "China em Foco", um economista chinês parabenizou a China pelo resultado positivo na guerra econômica e na "guerra biológica", comentário esse que imediatamente foi retirado das rede sociais, ou melhor, do referido programa. Segundo estudos, no início da pandemia a China tinha em seus estoques para pronta entrega, 4 bilhões de mascaras e outros insumos necessários a fazer frente a pandemia, tornando-se o maior e único fornecedor de equipamentos de proteção individual do mundo, sem contar matéria prima para confecção de medicamentos e equipamentos. Essas informações estão disponíveis em qualquer pesquisa na internet, não sendo obra de minha imaginação. As conclusões quanto ao enredo dessa história são fáceis de se chegar, basta fazer o que o bordão extraído do filme "All the President's Men", faz: "Follow the money" (traduzido para português como "Siga o dinheiro").




segunda-feira, 17 de maio de 2021

 Algumas coisas interessantes que somente estudando a fundo determinado assunto é que conseguimos achar. Eu, como amante do disco de vinil, nunca me fiz a pergunta qual seria o primeiro disco de vinil gravado com uma musica ? Primeiro é bom destacar que o disco de vinil somente passou a existir porque Thomas Edison em 1877 inventou o tal fonógrafo. Em 1886 a dupla Charles Summer Tainter e Chichester Bell aperfeiçoam a invenção de Edison e criaram o então Gramofone, o qual somente passaria a utilizar o disco redondo como conhecemos em 1888 quando Emile Berliner mais uma vez aperfeiçoa a invenção de Edison. A partir daí várias coisas aconteceram até que fora feita a primeira gravação acústica de uma musica para um disco. O artista inovador foi Enrico Caruso, que gravou as opera Manon-Il Sogno (Jules Émile Frédéric Massenet), Mefistofele (Enrico Giuseppe Giovanni Boito) e Aida (Giuseppe Verdi), todas em 1902. Em 1904 Caruso grava parte da ópera Pagliacci, denominada "Vesti la Giubba", sendo que esse último disco foi a primeira gravação da história a vender 1 milhão de cópias. Procurei no mercado esses discos para saber qual seria o preço de cada um, porém os mesmos não estão disponíveis para venda. Na foto o primeiro disco a vender 1 milhão de cópias na história.



domingo, 16 de maio de 2021

 Como todos sabem, a mídia de vinil, ou melhor, o disco de vinil tão cultuado nos dias atuais, tem entre suas qualidades a arte que é desenvolvida nas suas capas. Além da musica, a capa do vinil é uma obra de arte a parte, tanto que colecionadores compram o mesmíssimo disco só porque possuem capas diferentes. Entre os grandes e mais conceituados artistas que produzem esse tipo de arte Peter Saville é incomparável. Para quem teve o cuidado de ler na capa dos discos da cultuada banda de Manchester New Order vai saber muito bem quem é Peter Saville. Pois bem, entre as muitas capas produzidas por esse artista a que mais se destaca pelo seu conteúdo histórico é a capa do disco Movement, o primeiro da banda New Order, lançado em 1981. Peter Saville para fazer a capa copiou uma das mais importante obras de arte de Fortunato Depero, o papa da arte moderna italiana e idealizador do movimento denominado Futurismo Trentino. Na foto o pôster que acabou por servir de inspiração para Peter Saville fazer a capa do primeiro disco do New Order.

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quarta-feira, 7 de abril de 2021

 Fiquei muito feliz em saber que a produtora HS RECORDS dos amigos Edinho Chagas  e Vinicius Nape  atendendo a um pedido meu, resolveu fazer uma versão para musica Rise do trompetista Herb Alpert. A musica Rise foi lançada no álbum homônimo de 1979. Herb Alpert é considerado um dos maiores trompetista dos último cinquenta anos. Iniciou sua carreira com grupo "Herb Alpert & Tijuana Brass", sendo fundador da gravadora A&M Records juntamente com Jerry Moss. Segundo informações o primeiro disco foi o The Lonely Bull (1962), porém consta como primeiro álbum lançado o "Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brasil '66", de1966. Herb além de trompetista, é compositor, arranjador, cantor, produtor, pintor e escultor, tendo lançado seu último trabalho em 2018.




No mesmo disco Rise, de Herb Alpert, tem a versão original da musica "Street Life", composição de Joseph Leslie Sample e Wilbur H. Jennings. A musica já foi interpretada por vários cantores, entre os quais Randy Crawford, The Crusaders, Joe Sample e ainda a versão bombástica de Jill Scott (Scott Wozniak Remix). https://youtu.be/qSP3hCA13Nw.




domingo, 4 de abril de 2021

 CIRCULO MILITAR DE BELÉM

Como vocês são diletos apreciadores de histórias, vou contar como começou a minha saga como discotecário do famoso Círculo Militar.
Quando tinha aproximadamente uns 14 anos de idade, nutria uma paixão paterna pelo meu tio Raimundo Ferreira Puget, pessoa que até hoje tenho uma admiração incomparável.
Meu tio, que além de ser advogado, era também um caçador por esporte, me convidou para morar uns tempos em sua casa, ele tinha o habito de acordar de madrugada e da sua janela de seu quanto ficava fazendo tiro ao alvo com pilhas Everedy. Seu alvo predileto eram uns cachorros que tiravam o sou sono de todo mundo que morava naquela ilharga. Os danados dos caninos tinham o hábito de ficar latindo a noite inteira só para acordar o velho, putz, era realmente difícil de dormir.
Mas sim, certo dia, minha prima, Mônica Maria Forte Puget, resolveu pedir permissão para o velho Raimundo para namorar um cara que era cadete do NPOR, pedido esse que foi consentindo pelo meu tio, contudo, o mesmo impôs uma condição: que eu ficasse de pastel para evitar quaisquer excessos entre os mesmos.
Certo final de semana, o Kleber, esse era o nome do dito, pediu para levar a minha prima em uma festa no Círculo Militar, um tal de “Baile dos Oficiais”. Meu tio em que pese ter consentido o passeio, impôs mais uma vez como condição que eu os acompanhasse.
Lá chegando no Círculo Militar me deparei com o show do saudoso Wilson Simonal, noite sensacional para um iniciante na vida noturna. De cara, encontrei com um amigo que morava na mesma rua que residia a minha mãe, o Guta, então discotecário do Círculo Militar.
Para driblar a morosa e entediante incumbência de ficar segurando a vela da minha prima e de seu namorado, fiquei na cabine de som com o amigo Guta, sendo nesse exato dia que me deparei com a magia de ser discotecário.
A partir de então, passei a frequentar o Círculo Militar nas festas de quinze anos, sempre esperando uma brecha para tocar uma música, iniciando assim minha vida como discotecário tocando musica lenta e abrindo os eventos que ali rolavam.
Depois de algum tempo, o Guta me convidou para tocar em um Baile Infantil do Círculo Militar, baile esse que começava as 16:00 h. indo até às 20:00 h.
Nesse dia estava programado para que fizéssemos a abertura e depois a festa seria levada pela Banda do Conjunto Orlando Pereira, o qual tinha como incumbência tocar àquelas músicas de carnaval que normalmente eram executadas nos bailas de salão.
Um pequeno aparte, nesse período o carnaval realmente era um negócio legal, todos os clubes, dos mais sofisticados, aos mais requenguelas, tinham suas festa de carnaval. Lembro muito do Baile do Tigre no Pará Clube sendo aberto com o saudoso Issac Soares abraçado com a Rainha do Carnaval do ano anterior e a representante do Pará Clube; “Baile do Pierrot” no Clube do Remo, o qual você tinha que ir de Black Tie ou de Pierrot, o Baile do Havai no Iate Clube, uma verdadeira “esbórnia Momesca”, como certa vez adjetivou o nosso querido Pierre Beltrand em confidencia, e por aí vai, o negócio era legal mesmo.
Pois bem, voltando após esse pequeno aparte e retornando ao tal baile infantil no Círculo Militar, depois de iniciar a festa, recebemos a notícia de que a banda não se faria presente, haja vista que os músicos teriam sofrido um acidente de carro no trajeto para o clube, pelo que o coronel, que era o diretor do clube, informou-nos que nós teríamos que tocar a festa toda.
Eis que estávamos nos defrontando com uma missão bastante inesperada, haja vista que certamente a discoteca que o Guta possuía certamente não tinha a quantidade de discos necessários para fazer frente a uma festa que exigia um repertório de 4 horas de músicas de carnaval.
Depois de tocar tudo que qualquer ser humano poderia imaginar de música relacionada ao carnaval, do sambão ao frevo, tivemos que inovar e passamos a tocar new wave a alguns rock´s nacionais, entre os quais lembro de uma música do LP do Ultraje a Rigor, “Nos Vamos Invadir sua praia” de 1985. A dita música do disco mais compatível com o evento era “Marylou”, aquela da galinha. Putz, a molecada enlouqueceu com a tal da “Marylou”, os moleques fizeram um “trenzinho” que era a maior putaria, boas lembranças.
Outro que deixou a molecada doida foi a música “Now Were Fast”, do filme Ruas de Fogo, de 1984. O negócio pegou fogo e a festa foi simplesmente a melhor festa que o clube já tinha feito.
Diante de tal fato, o coronel responsável pela administração do clube chamou o Guta e sugeriu que fosse feito um projeto para fazer uma festa igual àquela todos os domingos, pois os associados, ao final do baile, solicitaram que fosse feito um evento para atender a demanda do público adolescente.
Foi aí que o Guta criou o “Sorvente Dançante” do Círculo Militar. Segundo ele, o nome “Pipoca Dançante” já estava muito manjado e, portanto, teríamos que inovar, pelo que foi aí que iniciou, sob a minha ótica as pipocas do Círculo Militar.
Em que pese minha visão dos fatos, Guta, em uma conversa bem focada sobre o assunto, divergiu quanto a efetiva origem das pipocas, segundo ele, a Pipoca do Círculo Militar já existia desde 1982/1983, tendo sua origem na ideia de um diretor social da época, Major Luciano, que deu a ideia de fazer uma tertúlia todos os domingos, o que imediatamente foi implementado.
Luiz Augusto Batista Pinheiro, o querido amigo Guta, sustenta que os fatos relacionados a festa de carnaval realmente existiram, porém a “tertúlia” aos domingos já era uma realidade, em que pese não ter grande expressão, haja vista que fora destinado apenas aos sócios e seus respectivos convidados.
Muita gente nem imagina, mas antes do Guta ser contratado como funcionário do Círculo Militar, o responsável pela boate do referido clube era seu irmão, o Tarrika, que posteriormente passou a trabalhar na Assembléia Paraense, indicando o Guta para assumir seu posto no clube militar.
Nesse bate papo que tivemos, Guta afirmou que a referida festa de carnaval serviu realmente para que a “turtúlia” se transformasse, passando de um evento direcionado única e exclusivamente aos sócios, para um evento aberto ao público em geral, sendo mais organizado e nominado como “Sorvete Dançante”.
A partir daí que o evento começou realmente a se consolidar e se tornar uma opção de divertimento nas tardes e noites de domingo, haja vista que nesse início a festa começava às 18:00 h. e terminava às 23:00 h.
Ao longo do tempo, o Círculo Militar passou por várias fases, com a participação de vários discotecários atuando de forma fixa e outros eventuais, sendo que sempre sob o comando de tudo do Guta.
Entre as várias características que o Círculo Militar possuía, que na realidade acaba por lhe diferenciar das outras festas, é que lá não vendia bebida alcoólica, fato esse que acabava por motivar ao pais deixar que seus filhos mais jovens frequentassem as festas aos domingos.
Via-se em um domingo na pista de dança tanto o moleque de 10 anos, como um adolescente de 16 ou 17 anos, assim como os marmanjos que ficavam à espreita.
No início, o repertório musical do Círculo era basicamente os velhos hits dos anos 70 e início dos anos 80, com muito funk music e disco music. Curioso também foi a febre que rolou quando do lançamento pelas bandas de cá do filme “Breakdance”, lançado em 1984 lá fora e por aqui lá por 85/86.
Esse filme acabou por desencadear uma verdadeira moda na garotada daqui de Belém, fazendo que surgissem lá pelo Círculo Militar uma rapaziada que começou a exigir uma adequação em nosso repertório desse tipo de música.
Uma história curiosa sobre essa fase, foi que uma dos maiores roqueiros que nosso estado já teve era, na realidade, naqueles tempos um exímio dançarino de breakdance.
Acho que todos deve lembrar de uma banda famosa por aqui nos anos 80 chamada de Mosaico de Ravena, que segundo minhas pesquisas é dita a primeira banda de Heavy Metal do Brasil, que rivaliza com o Stress sob esse aspecto.
No caso, o vocalista da banda em questão era um exímio dançarino de break, depois virando roqueiro inveterado.
Falando em Rock, o ano de 1985 foi um ano de muita experimentação para o Círculo Militar, influenciado profundamente por um programa de rádio que salvo engano se chamava “Caravana do Delírio”, apresentado pelo jornalista Castilho Jr., o referido programa tinha um direcionamento bem definido para esse estilo de música, pelo que posso dizer que foi lá que escutei pela primeira vez alguma das bandas que fizeram muito sucesso na pipoca do Círculo Militar, tais como The Smith, The Cure, PIL, The Sister Of Mercis e muitos outros.
Além do programa do Castilho Jr., o que me influenciou sobremaneira na mudança radical no estilo de música discotecada no Circulo Militar foi uma boate chamada La Cage, localizada na Travessa Piedade próxima da Henrique Gurjão.
O La Case realmente foi o templo do rock aqui em Belém, foi lá que efetivamente tudo que você poderia imaginar de rock dos anos 70 e 80 começou a se popularizar pelas bandas de cá.
Frequentei muito o La Cage e por via de consequência passei a me influenciar com as músicas que tocavam por lá, o que acabou por mudar a minha cabeça e levar esse estilo para o Círculo Militar.
Como bom parceiro que o Guto sempre foi, ele acolheu a proposta por mim sugerida e acabamos por implementar a segunda etapa na história do Círculo Militar, etapa essa que efetivamente fez com que a pipoca tomasse um corpo bem mais consistente, elevando a abrangência de público.
Um detalhe bastante importante, é que grande parte da discografia das bandas de rock discotecadas no La Cage e no programa “Caravana do Delírio”, já estavam disponíveis na discoteca do Círculo Militar, haja vista que nesse período o Guta já teria sido divulgador da WEA e estava atuando naquele momento como divulgador da Polygran.
Um fato curioso é que grande parte dos discos era promocionais, pelo que tínhamos acesso a muito material que sequer estariam disponíveis no mercado, o que acabou por nos ajudar a tocar músicas com uma certa exclusividade. Lembremo-nos que naqueles tempos a internet era apenas um sonho dos mais entusiastas.
Então foi nessa segunda fase que o rock acabou por fazer com o Círculo Militar se torna-se uma opção nos domingos para àquela galera que frequentava o La cage e para aqueles que, em função da menor idade, não poderiam frequentar a referida boate.
Lembro bem em ver os habitues do La Cage levando seus irmãos menores para as pipocas do Círculo Militar.
Outra coisa que lembro bem são as turmas que se formaram nesse período, os roqueiros, com suas pulseiras parecendo umas coleiras de buldogue, os darkes com suas roupas pretas e suas manias estranhas de dança de frente para os espelhos da boite.
Falando nessa galera, eles eram góticos nas roupas e nos hábitos. Sempre taciturnos, tristonhos e etc., ficavam a festa inteira parados olhando para cabine esperando a sequência de músicas que lhes aprouvessem, eram diletos consumidores das bandas: BAUHAUS, SISTERS OF MERCY, Siouxsie and the Banshees e etc.
Não posso reclamar deles, foram os góticos que acabaram por influenciar em outro estilo que simplesmente explodiu no Círculo Militar, o Synthpop, que diga-se de passagem é o estilo mais escutado até hoje em qualquer buraco na face da terra.
Lembro bem que uma dileta amiga que frequentava assiduamente o Círculo Militar, foi que me pediu para tocar pela primeira vez na pipoca o Joy Division, mais especificamente a música “Love Will Tear Us Apart”. Obviamente que no dia não coloquei a música, pois humildemente confesso-lhes que naquele momento tal música era desconhecida. Fui em busca do pedido de minha amiga, pois naquele tempo ainda que conhecesse o Joy Division tive apenas acesso ao segundo álbum da banda lançado em 1980 e, em que pese a música em questão ter sido também lançada em 1980, ela não tinha sido lançada no referido álbum.
Uma semana batendo perna pra lá e pra cá, eis que um amigo tinha o compacto 7 polegadas, pelo que consegui tocar a tal da música, que a bem da verdade levou os darkes ao delírio e o resto da rapaziada a uma verdadeiro colapso de raiva.
Não preciso nem dizer porque o darkoides gostavam tanto do Joy Division, o cara que era vocalista, Ian Curtis, se enforcou, foi a partir daí que surgiu o tão reverenciado New Order.
Músicas a parte foi o New Order com sua bombástica Blue Monday que mudou tudo no Círculo Militar. Mesclando new wave com os hits do Devo, B 52´s; dark com Joy Divisio, Sister Of Mercy, Siouxsie and the Banshees e o synthpop com Depeche Mode e muitas outras é que o repertório do Círculo Militar conseguiu fazer frente as demandas de todas as tribos que perambulavam pela cidade das mangueiras naquela época.
No auge dessa fase, lembro que certa vez a boate estava lotada, tinham sido vendidos cerca de 1200 ingressos, além dos furoes, agregados, vácuos, falsificadores, ratos dáqua, isso mesmo, tinha gente que furava o Círculo Militar pela Baia do Guajará, e outros que estava presentes, o lugar estava simplesmente insuportável de tanta gente.
Desesperado e com medo que rolasse uma porrada, coisa que não era incomum acontecer, o Guto entrou na cabine esbaforido, pedindo para aliviar na música, pois tinha na porta do Círculo Militar umas 3 mil pessoas querendo entrar, o que fez inclusive o diretor responsável pedir auxílio aos militares do exército, haja vista que onde é hoje a Casa das Onze Janelas, naquele tempo era um Quartel do Exército.
Lembro bem desse dia, quando o Guta entrou todo amassado na cabine e estava tocando a música do grupo The Cult – She Sells Sanctuary, ele teria dito pra eu tocar uma música mais calma para ver se aliviava as tenções na portaria, tomou também a decisão de abrir todas as janelas da boate, haja vista que o ar condicional não estava suportando a quantidade de gente dentro da boate, decisão essa que, diga-se de passagem, acabou por desencadear o caos.
Para quem frenquentou o Círculo Militar sabe que a boate era refrigerada, portanto suas janelas ficavam sempre fechadas o que impedia que o som da boate se propagasse para outras instalações do clube. Com a decisão do Guta de abrir as janelas, o som estridente de dentro acabou por se propagar não só pelas instalações do clube, mas até mesmo na praça que ficava em frente ao Círculo o que acabou por fazer com que a galera que estava lá fora ficasse mais excitada, resultando assim na invasão do Círculo Militar.
A música que toquei para “acalmar” a galera foi “(This Is Not A) Love Song”, da banda inglesa Public Image Limited, mais conhecido como PIL. A versão que eu toquei foi uma de um álbum ao vivo gravado em Tokio lançada em 1983.
Obviamente que minha escolha não contribuiu em nada para o povo se acalmar, na verdade levei um esporro do Guta, pois, segundo ele, quando se ele disse “música mais calma” ele queria dizer musica lenta, contudo, minhas batidas cardíacas estavam em uma frequência que jamais escolheria musica lenta para aquele momento.
Falando um pouco de música naquela fase vou colocar aqui o play list das Top 10 que tocavam lã:
ROCK NACIONAL
1. RPM – LOURA GELADA;
2. TITÃS – BICHOS ESCROTOS (OBS. O “Vai se Fuder” era proibido, então essa parte da música ficava a cargo do público);
3. PLEBE RUDE – ATÉ QUANDO ESPERAR;
4. INOCENTES – EXPRESSO DO ORIENTE;
5. CAMISA DE VENUS – EU NÃO MATEI JOANA D´ARC;
6. OS REPLICANTES – SURFISTA CALHORDA;
7. RPM – RÁDIO PIRATA;
8. TITÃS – HOMEM PRIMATA;
9. PARALAMAS DO SUCESSO – SKA;
10. LEGIÃO URGANA – SERÁ e TEMPOS PERDIDOS.
No New Wave as TOP 10 eram:
1. B 52´s - Party out of Bounds (Party Mix Version) (obs. Quando tocava esse negócio ai, me dava medo que o clube viesse a baixo);
2. The Go-Go's - Head Over Heels;
3. The Pretenders - Don't Get Me Wrong;
4. Everything But The Girl - When All's Well (Obs. Essa musica é a que mais me lembra o Círculo Militar);
5. Fire Inc. - Nowhere Fast (Obs. Musica do filme Rua de Fogo)
6. Billy Idol - Dancing With Myself;
7. a-ha - Take On Me;
8. Peter Schilling - Major Tom;
9. Daryl Hall & John Oates - Maneater
10. Stevie Wonder Part-Time Lover
Para a gelara do rock, se não tocasse essas 10 o negócio não prestava:
Simple Minds - Don't You Forget About Me
The Smiths -The Boy With The Thorn In His Side;
The Smiths - Bigmouth Strikes Again;
The Smiths - This Charming Man
Bolshoi - Sunday Morning;
The Cult - She Sells Sanctuary;
7. Sister Of Mercy - Marian
8. Siouxsie And The Banshees - Cities In Dust;
9. The Cure - A Forest;
10. The Cure – Boys Don´t Cry.
Quanto ao synthpop, poderia colocar aqui umas quarenta músicas, mas para fazer uma referência bem passageira vamos também com as Top 10 do Círculo Militar:
1. New Order – Blue Monday;
2. New order – The Perfect The Kiss;
3. New Order – Bizzare Love Triangle;
4. Newe Order – Substance;
4. Depeche Mode – Strangerlove;
5. Depeche Mode - Behind The Wheel;
6. Camouflage - The Great Commandment;
7. Pet Shop Boys – Suburbia;
8. Savage - Im Loosing You;
9. Red Flag - Russian Radio ;
10. CETU JAVU - A DONDE
Obviamente que a seleção acima não é taxativa, mas apenas exemplificativa, haja vista que tinha muitas outras músicas que bombaram no Forte do Castelo.
Então, foi isso rolou na primeira parte da nossa história sobre o Círculo Millitar, obviamente com não tenho o monopólio da verdade, pelo que pode ser que datas e fatos por mim aqui narrados esteja equivocados, além do que, procurei nesse primeiro momento limitar-me a contar a história do Círculo Militar e seu principal personagem que foi o Guta, deixando para outra oportunidade, na segunda parte, fazer referência àqueles que passaram por lá, haja vista que sem fazer tais referências a história fica difícil de ser contada.
Um forte abraço e aguardo vocês na segunda parte dessa história muito legal de nossa cidade de do saudoso Círculo Militar.
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Mauro Rios, Cyro Nóvoa Dos Santos y 30 personas más
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