Uma das pautas do momento é que hoje começa o famigerado bloqueio da plataforma do facebook nas live´s de musica. Como todo mundo sabe, com a pandemia esse tipo de evento tornou-se viral e acabou por criar uma nova modalidade de apresentação dos dj´s pelo mundo, sem contar que possibilitou a muitos que não tinham espaço, disputar com os grandes dj´s a audiência do publico em geral. Tive oportunidade de ver e ouvir, dos mais importantes dj´s como Bob Sinclair, aos até então desconhecido, apresentações sensacionais que mudaram em muito o conceito daquilo que era discotecar. Obviamente que o sucesso de uns causa desconforto a outros, as gravadoras e as rádios convencionais começaram a ver que o seu protagonismo estava indo para o espaço, então veio a pressão junto as plataformas, sempre com a justificativa de preservar os direitos autorais dos artistas. Pois bem, certo ou errado, tenho visto que esse cabo de guerra facilmente poderia ser resolvido se as plataformas entrassem em acordo com as gravadoras para resolver a pendenga, porém não foi isso que eles resolveram fazer, resolveram, ao invés de curar a doença, resolveram matar o paciente acabando com o que poderia ser a salvação desses profissionais tão afetados pela pandemia. Justo ou não, isso é uma avaliação que cada um deve fazer, mas o certo é que grande parte das musicas que tanto as gravadoras tenta preservar da utilização indevida, somente se tornaram sucesso nas mão dos dj´s. Hoje e já há algum tempo, o mercado fonográfico é salvo pelos dj´s e produtores que batem cabeça para maquias as porcarias que o mercado fonográfico vomita diariamente, sem contar que eles, os dj´s, é que fazem e acontecem para que as musicas sejam tocadas e a partir de então seja objeto de consumo pela grande maioria de ouvintes. Hoje, se não fossem os dj´s, quaisquer que seja, dos mais desconhecido aos mais famosos, as musicas não chegariam aos ouvidos de muita gente. Lembro bem no final da década de 70 que a banda Kraftwerk só era conhecida pelas bandas de cá porque tocava em algumas aparelhagem em Belém. Embora a versatilidade trazida pela internet tenha proporcionado uma serie de facilidades em todos os segmentos, ainda sim, a divulgação de material musical dependente muitos dos profissionais que se matam para que determinadas musicas virem sucesso. Acompanho isso a muitos anos e sei do que estou falando. Acho que tudo isso é um tiro no pé. Imaginemos a hipotética situação em que os dj´s como resposta parassem de tocar as musicas que as gravadoras insistem em criar problemas ? Seria uma caos obviamente. Lembro na década de 80 um caso com a banda The Smith em que as rádios da Inglaterra e os dj´s se recusaram a tocar um dos discos da referida banda em razão de uma musica que dizia "enforcar os dj´s", resultado, o disco foi um verdadeira catástrofe de vendagem. Acho que o caminho obtuso usado não vai ajudar em nada, deveria sim, fazer o contrario, monetizar as grandes apresentações, aquelas live´s que conseguem atingir números estratosféricos de ouvintes, live´s com o potencial de divulgação muito maior do que qualquer outro mecanismo até então utilizado. Como sempre, ao invés de acabarem com a doença, mataram o paciente. Uma boa quinta para todos.
Apenas em complemento, o disco do The Smith falado foi o Panic, de 1986, que conclamava seus fãs a enforcarem os DJs das rádios que não tocavam músicas que tinham a ver com suas vidas. Poucos meses depois, a letra inspirou um fã incondicional a tentar invadir uma rádio americana, em Denver, para manter o DJ como refém, obrigando-o a tocar repetidamente as músicas dos Smiths. Essa história ganhou status de lenda urbana e o sequestro radiofônico até inspirou a trama de uma comédia, “Os Cabeça-de-Vento” (1994).
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