O ano de 1986 foi decisivo para a musica brasileira, para o rock nacional nem se fala. Naquele ano é que vi com a maior certeza possível que algumas bandas não estava para brincadeira, nesse ano que, ainda como discotecário, comecei a fazer mudanças no repertório da boate que tocava. Foi um momento de imersão no universo da nova cara da musica nacional. Guta, na condição de divulgador da Polygran tinha acesso aos lançamentos, tanto os LP´s como os promocionais que eram na realidade o que nos queríamos, muitos com versão 12 polegadas e alguns com versões que sequer tinham nos discos que iam para prateleiras das lojas de disco, isso já tivemos aqui grandes lojas de discos, entre elas Gramofone, 33 1/4 discos, Gato na Tuba, assim como os grande magazines que sempre tiveram seções de disco e fitas e depois CD´s como era ocaso da Mesbla, Avistão, Lojas Visão e outra mais. Nesse momento, ainda muito influenciado pelo Funk e disco music, comecei a frequentar alguns lugares que de certa forma abriram minha cabeça e impuseram um necessária mudança, entre esses lugares lembro bem do La Cage, próxima da casa de minha mãe, o que me possibilitava ir a pé, lá tive o primeiro contato com o que realmente era de underground, do que era alternativo, um lugar que confesso humildemente, fora o inicio de minha domesticação musical para alguns ritmos. Pois bem, voltando ao Circulo Militar, o Guta me aparece com uma caixa cheia de discos nacionais, tanto da Polygran como a WEA, pois salvo engano, a distribuidora dessas duas gravadoras era a L.A PINHEIRO, do amigo Tarrika Pinheiro e lá nessa caixa eu encontrei um disco que seria o marco no rock nacional nas tertulias do Circulo Militar. Cabeça Dinossauro seria o ponto do partida para uma viagem que duraria alguns anos e que reformulou a tendência da molecada que se acotovelava nas tardes de domingo no Forte do Castelo. Um detalhe interessante é que o disco dos Titãs promocional não vinha com as musicas proibidas riscadas, pelo que não tive duvidas e mandei pau com os hits "Bichos Escrotos", que, para não chamar atenção dos milicos, baixava o volume do som na hora do "vai te fuder", porém o coro rebelde dos adolescentes da época era implacável e ensurdecedor. O rock pegou e eu comecei a me educar com essa nova tendência, tocando Plebe Rude com seu disco bombástico "O Concreto Já Rachou", com a estrondosa musica "Até Quando Esperar", Inocentes com "Expresso Oriente" do EP "Pânico em SP" e etc. Lembro bem que fazia uma sequencia das musicas "Veraneio Vascaina" do Capital Inicial, "Policia" dos Titãs e "Policia" da banda paulista Mercenárias, essa última só para fechar mesmo, pois a musica era tão rápida, tinha somente 1:04 (um minuto e quatro segundos), era do disco "Cadê As Armas?". Boas lembranças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário